Oie...
Estava lendo Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector (já postei uma análise
da primeira história, que inclusive leva o mesmo nome...) e me deparei com uma
história f.a.n.t.á.s.t.i.c.a: Cem anos de
perdão.
Só que eu fiz uma leitura e
análise erótica da história, e portanto esse post tem conteúdo adulto. Não
considerem minha interpretação para provas de vestibulares e coisas afins, pois
ela decorre única e exclusivamente da minha cabeça (se alguém, em algum lugar, já pensou dessa forma, me avisem...)
A começar pelo nome: Cem anos de perdão nos remete à atitudes
reprováveis, certo? E Clarice mesmo começa a história “Quem nunca roubou não
vai me entender. E quem nunca roubou rosas, então é que jamais poderá me
entender. Eu, em pequena, roubava rosas” (p. 60).
retirada de http://mil-imagenes.blogspot.com.br/2011/07/rosas-rojas.html |
Mas o perdão que a narradora
aspirava não era para o roubo e sim as "autocarícias" que se fazia e que achava
que necessitava perdão!
A metáfora da rosa aplica-se
perfeitamente nesse caso: eram meninas que estavam no auge das descobertas,
eram rosas que estavam desabrochando. Inclusive uma comparação que podemos
estabelecer entre as rosas e os órgão genitais das meninas: “Bem, mas isolada
no seu canteiro estava uma rosa apenas entreaberta cor-de-rosa vivo. Fiquei
feito boba, olhando com admiração aquela rosa altaneira que nem mulher feita
ainda não era” (p. 60).
E então inicia-se a vontade de se
auto acariciar: “Eu queria poder pegar nela” (p. 61).
A narradora, ao final, conta-nos
que também roubava pitangas: “Mas pitangas são frutas que se escondem: eu não via nenhuma. Então, olhando antes para os lados
para ver se ninguém vinha, eu metia a
mão por entre as grades, mergulhava-a dentro da sebe e começava a apalpar até os meus dedos sentirem o úmido
da frutinha” (grifo meu, p. 62).
retirado de http://www.fruitipedia.com/pitanga.htm |
Gentem, que fofooooo.... a menininha se
descobrindo!!! Pois “as pitangas, por exemplo, são elas mesmas que pedem para
ser colhidas, em vez de amadurecer e morrer no galho, virgens” (p. 62).
Leiam a história toda... é bem
curtinha e fofinha!!! Depois me contem qual a interpretação que fizeram...
Baci
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