Acabei de ler o livro Bonequinha
de Luxo de Truman Capote e na verdade foram várias as alegrias que eu tive.
A primeira delas foi que finalmente consegui ler esse clássico que há muito
tempo estava pegando pó em minha estante, não que fosse uma leitura complicada
ou demorada, mas estava tão envolvida com a minha dissertação de mestrado que
raramente lia algo que não fosse sobre Shylock.
A segunda realização dessa pessoa orelhuda que vos fala, foi
constatar que a narrativa de Capote é realmente muito envolvente. Imaginei uma
Holly Golightly espirituosa e muito divertida, e fiquei fascinada. Tentei não
vincular muito à figura de Audrey Hepburn,
não sei se consegui...
E minhas realizações só foram aumentando com o desenrolar da
leitura. A terceira foi ser agraciada com não apenas uma, mas quatro histórias
diferentes nessa minha edição do livro. Vou explicar: A edição que eu tenho da
Companhia das Letras de 2005 traz não somente a história intitulada Bonequinha de Luxo, como também outras três
histórias deliciosas: Uma casa de flores;
Um violão de diamantes e Memória de Natal.
E não foi a toa que escolheram Memórias de Natal como a
última história, pois ela realmente é uma delicinha, nos dois sentidos, no
literário e no culinário. Como já contei em post anterior minhas duas paixões
na vida, fora o Sr. PC e minha filhota, são
a literatura e a culinária (especialmente pâtisserie e boulangerie).
Essa história é muito fofa gente, reúne tudo que é mais querido no mundo:
criança, velhinhos fofinhos (vocês vão saber minha paixão por velhinhos
fofinhos oportunamente), cachorro e... Natal!!! Tem época mais cheirosa,
saborosa e acolhedora que o Natal? Tem presente mais especial que reunir a
família e comer quitutes feitos com amor? Mas voltando ao texto, nem sei como
falar pois tenho medo de estragar. Bom, posso dizer que fui do riso ao choro,
mas não porque é uma história clichê, mas porque fiquei envolvida com ela.
Envolvida emocionalmente e gastronomicamente...
“Os batedores de ovos rodopiam, as colheres giram em vasilhas
com manteiga e açúcar, a baunilha adoça, o gengibre tempera o ar; cheiros que
se desmancham e pinicam o nariz, saturando a cozinha, tomando a casa, saindo
pelo mundo com as baforadas da chaminé” (p. 136)
Que delicia!!!
As outras histórias também super valem a pena, com enredos
bem originais, personagens interessantes e
narrativas envolventes. Adorei!!!
Baci
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