Não creio que o livro seja somente para Professores de
Literatura, muito embora o título assim faça crer, pois ele dá diversas dicas
legais de interpretação, principalmente em como “enxergar” nas entrelinhas...
Claro que para professor é uma fonte bem rica, e, acima de
tudo, ao final, o autor elenca as obras que ele citou no livro e também algumas
outras que ele considera importantes e que estão relacionadas com os temas
tratados por ele...
Mas não podemos considerar as opiniões do autor nem
como certas, nem como únicas interpretações de um texto. Primeiro respeitar,
pois é uma possível leitura, dentre várias e depois selecionar aqueles itens
com que nos identificamos.
Sempre faço, em caderninho apartado, umas anotações daquelas
informações mais relevantes dos livros (principalmente de teoria, não tanto de
romances...).
Algumas leituras (que ele citou) já anotei como prioritárias
para mim: Daisy Miller, de Henry
James; Ulisses (James Joyce) – ele
fala muitooooo em Ulisses; Uma passagem
para Índia, de E. M. Forster (quero ler desde a faculdade) e também Um quarto com vista; O amante da Lady Chatterley, de D. H.
Lawrence; A terra devastada, de T. S.
Eliot; As horas, de Michael
Cunningham.
A única desvantagem, como vocês podem notar, é que ele dá
exemplos apenas de literatura norte-americana e inglesa, obviamente. Mas
enfim...
Além dos vários simbolismos que ele comenta no livro, como
por exemplo, os simbolismos das estações do ano (primavera, verão, outono,
inverno), chuva, neblina, neve, neblina, etc... Uma importante contribuição do
livro é sobre intertextualidades.
Eu já havia notado que certos livros que eu lia, me remetiam
a outras histórias, ou outros livros. O autor fala que isso aprofunda e
enriquece a experiência de leitura, ao trazer múltiplas camadas de sentido ao
texto. E mais, segundo ele, “contos de fadas, assim como Shakespeare, a Bíblia,
a mitologia e todos as outras escritas e narrações, pertencem a uma única
grande história e porque, desde que crescemos o bastante para lerem para nós ou
nos encostarmos diante da televisão, temos convivido nessa história e em suas
variações (p. 73). Cita um papiro egípcio que continha a queixa de que todas as
histórias tinham sido contadas e que, portanto, nada restava ao escritor
contemporâneo senão recontá-las.
Ele também enfatiza o papel do mito, que são histórias que
estão tão profundamente entranhadas na memória coletiva, que moldam nossa
cultura e são moldadas por ela, e constituem uma maneira pela qual lemos o
mundo e, em última instância, a nós mesmos. Claro, a leitura nada mais é do que
uma maneira de conhecer o mundo e como pensamos o mundo!!!
Forster também ressalta algumas técnicas de leitura, como:
“Faça perguntas sobre o texto: o que o escritor faz com essa imagem, esse
objeto, esse ato, que possibilidades são sugeridas pelo movimento da narrativa
ou da lírica; e, a mais importante: o que sentimos
que ele faz? (p. 111).
Mas como falei antes, o livro basicamente fala sobre a
função e significado de alguns símbolos.
Eu recomendo!!!
Baci