segunda-feira, 7 de maio de 2012

Jane Eyre, Charlotte Brontë


Desde os tempos da faculdade de Letras que tenho muito vontade de ler Charlotte Brontë, pois li Morro dos Ventos Uivantes da outra irmã Brontë, aí sim na faculdade, e amei muito!!!

Sobre a parte histórica e uma super resenha, não perca esse vídeo da Tatiana Feltrin, que fala também sobre a distinção entre os romances vitorianos e os do regency period...

Um pouco sobre Charlotte Brontë deve ser falado, mas não muito para não ficar uma leitura enfadonha... Ela nasceu em Yorkshire, Inglaterra em 21 de abril de 1816. Sua mãe faleceu quando ela tinha 5 anos e sua tia, ajudou na criação de Charlotte e seus irmãos. Quando ela tinha 8 anos foi mandada, juntamente com suas três irmãs – Maria, Elizabete e Emily – para uma escola de filhos de clérigos, chamada Cowan Bridge. E assim foi sua vida após a morte de Maria e Elizabete de tuberculose, vivendo em diversas escolas, tipo internatos para meninas até que em uma delas, no ano de 1835, tornou-se professora, mas, anos depois, acabou escolhendo a profissão de preceptora. Mas seu verdadeiro sonho era ter sua própria escola, mas logo percebeu que era um sonho difícil de ser realizado, então, resolveu voltar a ser preceptora.

Bom, Jane Eyre foi escrito em 1847, portanto, no período vitoriano (para ver mais características, veja o vídeo que indiquei acima...).

Podemos notar diversas semelhanças no romance Jane Eyre com a própria vida de Charlotte, como por exemplo:
  • a sua criação por uma tia;
  • a referência à tuberculose de sua querida amiga em Lowood School;
  • a sua tragetória em Lowood School, primeiro como aluna e depois como professora;
  • a sua carreira como preceptora;


O enredo de Jane Eyre é construído a partir do crescimento e amadurecimento de sua protagonista, ou seu Bildungsroman. A protagonista passa por diversos estágios em sua vida, e seu leitor é convidado a acompanhar seu crescimento, desde sua infância em Gateshead, sua educação em Lowood School, sua passagem como preceptora de Adéle em Thornfield, sua vivência em Morton e Moor House, e a última fase (que aparece no livro), que não vamos nomear para evitar spoiler...

Outro aspecto do romance é a presença de forte crítica social, principalmente com relação à posição da mulher na sociedade vitoriana (um prato cheio para as defensoras do feminismo). Muito legal as ideias defendidas por Jane Eyre, e muito avant-garde...

Ele também pode ser considerado um romance gótico, pois apresenta diversas das características da tradição gótica. Jane encontrou-se com espectros e segredos obscuros e teve contato com o espaço gótico, onde podemos destacar:

  • Casarões em ruínas;
  • Sótão;
  • Sombras/escuridão/velas que se apagam;
  • Espectros/ocorrências misteriosas;
  • Paisagens rústicas/campos/penhascos;

Enfim, o romance é uma delícia, um clássico da literatura inglesa, mas saiba que ele é longo e super descritivo. Pegue seu café e delicie-se com quase 530 páginas. 

Se você quiser um romance leve não é esse o caso... Como está no prefácio dessa minha edição de bolso: "E se você pensa que ler um romance escrito por uma mulher há quase duzentos anos é uma experiência 'água com açúcar', atenção: violência, ódio, maus tratos a crianças, bigamia e loucura são alguns dos ingredientes desta obra-prima".

baci

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